6.5.10

A Busca



Tenho 30 alunos em sala de aula e destes, muitos com comprometimentos sociais e neurológicos graves, partindo de uma reflexão sobre minha prática pedagógica, percebo que um aluno em especial me leva a buscar uma saída para suas dificuldades em relação a aprendizagem.
Tendo como indicadores o comportamento do aluno e seu rendimento escolar, percebi que o mesmo se isolava do grupo, em momentos de crise gritava e chorava ou mesmo ficava muito tempo sentado sem demonstrar qualquer interesse na aula, com comprometimento neurológico, o aluno tem dificuldades motoras, de motricidade fina e ampla. Isolado do grande grupo e não entendendo o que estávamos falando em aula era preferível se isolar e acredito que seus surtos e gritos era uma forma de demonstrar seu desespero por estar em um mundo totalmente isolado do seu. Resolvi então buscar meios de ajudar este aluno, o primeiro passo foi adquirir a confiança dele abraçando-o e demonstrando carinho por ele. A auto-estima dele também estava baixa porque os coleguinhas não entendiam ele e como ele era agressivo, isolavam-no.

"Não se pode falar de educação sem amor".

( Paulo Freire )

No começo deixava ele brincar com os brinquedos pedagógicos que tenho na minha sala e aos poucos fomos negociando que ele só poderia brincar com os brinquedos que gostava após realizar algumas atividades que desenvolvessem sua motricidade fina e de aprendizagem na construção do código linguistico.
Conversei com os coleguinhas para que entendessem que ele é um menino muito especial e que o seu tempo de aprendizagem seria diferente do deles e que se houvesse uma ajuda da parte dos colegas, com certeza ele iria aprender a escrever e ler.
Tínhamos outro desafio que era ele participar da educação física, como lhe faltava coordenação motora ampla, ele também se isolava neste momento.
Os coleguinhas responderam muito bem e um em particular, com um coraçãozinho muito especial se fez parceiro dele em todos os momentos, integrando-o ao grupo.
Sendo parte integrante do grupo, amado e respeitado por todos, sua aprendizagem hoje é fantástica, conhece o alfabeto, soletra as palavras e já lê algumas palavras com sílabas simples.
Quando a concepção da aprendizagem está centrada no aluno e passa-se a um posicionamento onde cada um é olhado de acordo com suas reais necessidades, contrária ao ensino da massificação, a aprendizagem torna-se significativa. Nós educadores,com o olhar modificado, passamos a analisar cada aluno a partir dos pontos fortes e fracos, centros de interesse, participação nas atividades proposta e motivação, podendo, assim, garantir que receba a educação necessária para desenvolver suas habilidades.

Após adquirir

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