27.10.09

Perguntas...perguntas...perguntas...e assim o mundo evolui




Quando a gente pensa que sabe todas as respostas vem a vida e muda todas as perguntas!(Autor desconhecido)

24.10.09

Arquiteturas Pedagógicas




Estudando o texto do Seminário Integrador "Arquiteturas pedagógicas
para educação a distância", mais uma vez percebi o quanto este curso de formação a distância é um marco dentro da educação, tivemos no início deste curso um dos maiores desafios ao sermos pioneiros nesta modalidade de ensino na UFRGS, quanto orgulho de fazer parte deste grupo apesar do preconceito em relação ao curso a distância. Fomos lá e mostramos no 5º Salão de Educação a Distância o que está sendo a nossa formação. Mas também é preciso analizar que há motivos para este preconceito, afinal o ensino a distância também tem sua história e sua caminhada de conquistas importantes para chegar onde está hoje.
Tudo teve seu início na Europa, no início do século XX, os famosos cursos por correspondência onde os alunos recebiam material impresso o qual deveriam estudar e a seguir recebiam novos módulos de aprendizagem para dar continuidade ao seu estudo, mas na verdade prometiam algo que não poderiam cumprir, uma formação de qualidade, mas não se pode dizer que não foram importantes também como pioneiros e neste ponto sabemos que em tudo há um aprendizado e um crescimento.
Gostaria de tornar relevante o fato de que devido ao trabalho desenvolvido em relação ao EAD é preciso haver um suporte teórico como consta no texto citado:

As possibilidades abertas pelas redes digitais para o desenvolvimento
do trabalho participativo não podem prescindir de novas idéias sobre
como conceber e como viabilizar um novo modelo educacional, suportado
pela tecnologia (Costa, Fagundes et al., 1998)). No mesmo sentido,
Gómez (2001) entende que a incorporação das tecnologias nos desenhos
globais de teleformação não garante, por si só, a efetividade dos resultados,
devendo estar sustentada por uma teoria de aprendizagem que justifique
esse desenho e o delimite.
*

Hoje no século XXI avançamos muito no campo da informática e tecnologias que nos possibilitaram uma integração através da rede nunca antes vista. O aluno tem acesso a outras metodologias de aprendizado, fazendo uma relação muito importante do antigo ao novo, do tradicional ao moderno. Pode aprender de variadas maneiras estando onde estiver e no horário que puder, mas o importante é a interação entre o grupo de estudo. Quando há interação, não há isolamento e aí está a importância do Seminário Integrador que viabiliza os encontros virtuais e trocas tão significativos neste módulo e aprendizagem.

Nesta perspectiva, podemos pensar uma nova forma possível de
organização educativa que já não reúne seus estudantes e professores em
um mesmo prédio, com salas de aulas específicas para cada nível ou série,
com horários específicos para a realização das atividades de ensino-aprendizagem.
Uma escola ou um curso virtual de formação baseia-se no teletrabalho (Bianchetti, 2001), tendendo a substituir a presença física pela participação na rede eletrônica e pelo uso de recursos (programas e materiais) que favoreçam a construção conjunta (cooperativa). Na formação virtual (teleformação) ocorrem processos de coordenação que redistribuem constantemente distintas coordenadas espaço-temporais da comunidade
educacional e de cada um dos seus membros. A característica dessas novas coordenações, disponíveis em rede de múltiplos modos, é a capacidade de inclusão, abrangência e efeito sócio-educacional advindos de expressões culturais diversas (Castells, 2002).


Na frente de um computador podemos ter acesso as aulas de diversas formas, vídeo conferência, que é a reunião simultânea entre diversas pessoas localizadas em qualquer parte do mundo ao vivo ou não. Além disso, existem as salas de bate-papo que permitem a comunicação entre professor e aluno sobre qualquer assunto e materiais propostos em qualquer horário ou dia.
Quando iniciamos este curso pensamos...é barbada! Doce engano, estudamos muito mais que 4 hs diárias, parece que estamos sempre ligados e o que parecia um mistério se tornou paixão.

Porém essas novas possibilidades facilitam por um lado porque fazemos o nosso horário, mas de longe fica a chance de ser fácil porque existe um suporte teórico e pessoal muito importante que são os professores e tutores que estão nos formando com responsabilidade, o que fortalece e amplia as nossas possíbilidades de aprendizagem.

19.10.09

Cantinho da Leitura




Outro dia falei que tenho orgulho de dois espaços da minha sala de aula, mostrei o canto do teatrinho de fantoches e hoje vou falar um pouco do cantinho da leitura. Acredito que as imagens falam por si mesmas. Depois das atividades realizadas, meus alunos do 2º ano, vão para o cantinho da leitura onde há um espaço muito aconchegante para realizagem livremente sua leitura.
Hoje estava corrigindo alguns cadernos e comecei a olhar eles lendo e observei o quanto aquele cantinho e aquele momento era importante para eles. Olhei suas expressões e percebi a forma com que tomaram para si este espaço como se fosse um pedacinho da própria casa e é por estes momentos que vale a pena ser educadora, mesmo com todos os desafios financeiros e conflitos que enfrentamos dia-a-dia.


Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina. (Cora Coralina)

Apresentação - VIVARTE - FAT - 2009

13.10.09

NADA ACONTECE POR ACASO




O início do ano de 2009 foi marcado por grandes turbulências e desafios. Perdi uma convocação e desesperada pensei como iria sustentar meus filhos. Quase a beira do desespero financeiro, no final de março uma colega trocou de escola e a diretora me ofereceu uma convocação para assumir um segundo ano. Depois de 12 anos trabalhando com alunos de 4ª série tive receio, porém não medo do novo desafio e assim entrei de corpo e alma nesta nova e fascinante fase da minha vida profissional. Quando assumi a turma, tive que aprender com eles como alfabetizá-los. Eles me ensinaram a ser mais tolerante, mais organizada e muito mais feliz. Cada conquista deles era uma conquista minha também, estamos crescendo juntos neste caminho do faz de conta. Tenho dois espaços maravilhosos na minha sala que criei para vê-los soltar a imaginação, um é o do teatrinho de fantoches onde também há fantasias e outro é o cantinho da leitura. Como é lindo ver eles se vestirem de fadas, gnomos e bruxas vivenciando a história de uma maneira ímpar. O que era um receio virou uma paixão, quero ser a bruxa, a fada ou mesmo a contadora de histórias que fará a diferença na aprendizagem deste pequenos que me fazem tão feliz e que me ensinaram a ser uma profissional melhor.
E como educadora, gostaria de publicar neste espaço um trecho do texto "Tem um monstro no meio da história (GURGEL, 2009). Revista Nova Escola. Agosto 2009.

"Também o elemento da dramatização é incorporado pelos pequenos no contato com narrativas", diz Lélia Erbolato Melo, linguista da Universidade de São Paulo (USP). "Eles vão percebendo e incorporando os ingredientes que tornam as histórias interessantes, como a ação, os conflitos e o inesperado, e trazem isso para aquelas que contam." Além disso, o acesso a textos tem um papel importante no amadurecimento afetivo dos pequenos, garantindo que ampliem seu universo de experiências para além do que podem observar no seu cotidiano. "Ao ouvir histórias, a criança cria hipóteses sobre como se sentiria se estivesse frente aos mesmos dilemas e situações do personagem", diz Gilka. "Para os menores, é natural que essa vivência, tão forte, seja incorporada às narrativas que constroem na forma de casos."

E como estudante de pedagogia sei que o melhor caminho é construíndo, vencendo desafios, buscando o conhecimento e sendo aprendiz sabendo beber a sabedoria do mais inocente dos mestres...a criança.

5.10.09

VIVARTE - Esculturas



Lendo o texto sugerido da disciplina de Didática, planejamento e avaliação, me torno mais segura ainda de que faço a diferença na aprendizagem dos meus alunos, principalmente quando lendo o texto sobre John Dewey(1859 - 1952) um filósofo norte-americano que defendia a democracia e a liberdade de pensamento como instrumentos para a maturação emocional e intelectual das crianças nos mostra que na educação progressiva "O princípio é que os alunos aprendem melhor realizando tarefas associadas aos conteúdos ensinados. Atividades manuais e criativas ganharam destaque no currículo e as crianças passaram a ser estimuladas a experimentar e pensar por si mesmas. Nesse
contexto, a democracia ganha peso, por ser a ordem política que permite o maior desenvolvimento dos indivíduos, no papel de decidir em conjunto o destino do grupo a que pertencem".
)(26 ESCOLA - GRANDES PENSADORES). Trabalhando com escultura, percebi o crescimento dos meus alunos e o quanto tornaram-se críticos e cooperativos desde que começamos o processo de trocas na nossa turma no início deste ano letivo. Pesquisaram, questionaram e apresentaram esculturas feitas por eles de uma forma crítica muito especial.
Começamos indo ao Labin - Laboratório de Informática para que os alunos pesquisassem o que era "escultura" porque segundo Dewey "...as hipóteses teóricas só têm sentido no dia-a-dia" e lá viram as diversas faces das obras de artes livremente. Quando passamos a parte prática em que os alunos tinham em suas mãos argila para vivenciar a experiência de criar o que lhes desse vontade, foi maravilhoso poder ver no rosto deles o quanto estavam sentindo prazer em criar.
Uma aluna que entrou para a turma no mês passado me perguntou: "...o que deveriam criar, se estava perfeito ou então como eu queria que ela fizesse" Disse que deveria apenas deixar sua imaginação voar e que a arte não tem regra...é a expressão pessoal do artista. Ela me disse que não era uma artista e sim uma "simples aluna" demorou para conseguir perceber que eu estava dando um espaço que acredito ela nunca ter tido antes, enquanto que os outros alunos já acostumados a ter liberdade e autonomia para expressar seus sentimentos, afloraram numa explosão maravilhosa de sentimento em forma de arte.

"A meta da vida não é a perfeição, mas o
eterno processo de aperfeiçoamento,
amadurecimento, refinamento"
John Dewey

3.10.09

VIVARTE - FAT - 2009



Esta é uma época muito especial para mim, estamos nos preparando para mais um FAT - Fórum Aberto de Trabalho da minha escola. Este ano, tive uma certa dificuldade em escolher o tema que apresentar porque faço questão que seja um momento de mostrar as produções dos meus alunos, este momento é de apresentar trabalhos construídos por eles. Normalmente minhas aulas são muito vivênciais e como está no texto de Magdalena e Costa

"Desde pequenas, as crianças observam o mundo e formulam perguntas acerca dele, com a intenção de entendê-lo. Pela experiência e pela interação com os objetos, fatos e pessoas, elas vão produzindo respostas que, certas ou erradas, não são construídas ao acaso. A experiência pode não ser profunda ou suficientemente extensa, a potencialidade dos seus pensamentos pode ser insuficiente para formular o que nós chamamos de uma teoria científica, mas o processo pelo qual as crianças observam o entorno, formulam perguntas, buscam respostas e desenvolvem seus entendimentos e explicações para o que observam é muito semelhante ao processo de investigação científica." (Iris Elisabeth Tempel Costae Beatriz Corso Magdalena)


E foi pela observação e interação do grupo desde a disponibilização das classes que este trabalho se tornou tão especial. Trazendo ao conhecimento dos meus alunos a vida de Cândido Portinari, um pintor que iniciou sua carreira aos 9 anos e de classe desfavorecida, consegui fazer com que meus alunos se identificassem com o mesmo pelas diversas semelhanças em ambos os casos. Ao perceber que muitos alunos tinham desenvolvido interesse pela história da arte, resolvi ousar. Mostrei a eles, Pablo Picasso, Leonardo da Vinci e Di Cavalcanti. O mais interessante foram as intevenções que eles fizeram me questionando sobre vários aspectos sociais da vida destes pintores e buscando conhecer melhor os mesmo para poder esclarecer muitas dúvidas. Tratamos de brincadeiras e brinquedos antigos, linguagem, comportamento, inclusão, preconceito, escravidão, enfim poderia citar muitos assuntos interessantes que foram discutidos. Achei interessante também a sugestão de uma aluna de colocarmos o nome da mostra de VIVarte est nome sugerido pela Silvia (10 anos) mostra bem o que foi e está sendo esta experiência, segundo ela Viver + Arte. Mas é como Helvecio postou no fórum do EJA

"Motivar nossos educandos implica e primeiro nos motivarmos a nós memos. Esta é a nossa primeira conquista. Para tanto, é necessário que estejamos abertos ao novo e ao diferente. É preciso, ainda, entender que o conhecimento universal é uma forma de entendimeto da realidade e de formação da legítima cidadania. Entender o educando em seus limites e potencialidades é algo fundamental"

E este foi um ponto fundamental neste trabalho, estive motivada o tempo todo pelos alunos porque via crescente o interesse deles buscando cada vez mais se apropriar de um conhecimento que parecia tão distante da sua realidade " A Arte" que move o mundo, os sentimentos e a vida expressa da maneira mais sublime.

Na semana que vem trabalharemos com esculturas...e então publicarei mais alguns trabalhos destes artístas plásticos tão especiais na minha vida.

"Ninguém nasce feito, é experimentando-nos no mundo que nós nos fazemos"

Paulo Freire