16.5.10

Conflitos


Todos nós, profissionais da educação, sabemos que a LDB fixou as normas mínimas para assegurarem o desenvolvimento das diretrizes para Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio em âmbito Nacional que estabelecem fundamentos que devem nortear as propostas pedagógicas das escolas.
Sei que estou no caminho certo em relação a avaliação, trabalhando com vários instrumentos de avaliação, respeitando o tempo de aprendizagem de cada aluno, porém fico com algumas dúvidas.
Como sei que não sou detentora do saber, numa visão humanista, assumo meu papel como facilitadora de aprendizagem e orientadora neste processo de aquisição de conhecimento, visando resgatar o aluno e valorizando seus conhecimentos, avalio meus alunos continuamente e esta avaliação é vinculada às atividades diárias de sala de aula e do desenvolvimento da prática dos mesmos e suas participações em grupo e individual.
Trabalho com 2º ano (9 anos) do ensino fundamental. Eu uso fichas de observação para acompanhar os vários níveis de desenvolvimento do meu aluno, onde avalio os trabalhos em equipes ou individuais. Tenho também este ano, uma proposta nova que vai ao encontro do meu projeto com animais que está em montar um álbum de animais e suas especificidades porque trabalho com atividades e produções diferentes respeitando o ritmo de cada um.
Minha maior dificuldade em avaliar é em relação às expectativas dos pais, normalmente os pais não conseguem ver o progresso que eu vejo nos filhos porque estão sempre comparando os trabalhinho dos outros alunos da turma e como avalio a individualidade, sou sempre cobrada e por mais que explique como avalio, os pais que foram alfabetizados no método tradicional, querem cadernos cheios.
Trabalhamos com Parecer Descritivo no 2º ano.Na verdade a minha dificuldade é a mesma da questão anterior porque acho muito difícil explicar aos pais em qual estágio o aluno está e que sua progressão pode parecer pouca, mas que houve a mesma, os pais só querem saber desde a primeira avaliação se o aluno “passara” ou não de ano.
No entanto me deparo com uma prova como a do SAERS e do SAEB que não levam isto em conta. Outro fato é que seremos avaliados a vida inteira não como indivíduo individuais e sim uma formação masseificada porque será preciso uma prova específica para chegarmos a tão sonhada graduação.
Algumas perguntas devem ser respondidas antes da decisão do caminho a ser tomado: Que sociedade desejamos construir? Que pessoa queremos formar? Que educação desejamos para nossa instituição? Como é o Mundo escolar? Como deveria ser?
Acredito que para aperfeiçoar a minha prática pedagógica em relação à avaliação, é preciso estar sempre em formação. Estamos sempre aprendendo porque como diz Paulo Freire, somos seres inacabados.

Um comentário:

Beatriz disse...

Rosane querida, uma das ações mais difíceis como ser humano e ainda professor é a de avaliar o crescimento ou não dos outros. Sem dúvida, a avaliação do qualitativo tem que estar alicerçado na coleta e registros de fatos, ações e resultados de cada aluno( quantitativo) para, como tu frisas muito bem, compará-lo com ele mesmo. Para os pais e para a sociedade que está alicerçada na comparação competitivas, uns com os outros, fica ainda mais complicado explicar. Acho que vamos ter que achar pontos de equilíbrio porque tb não adianta só a auto-comparação pois o mundo em que ele se insere não é assim. Na busca de um lugar ao sol, sem dúvida enfrentará comparações entre as diferenças. Por isso mesmo, o desenvolvimento de competências que os preparem para o trabalho em grupo cooperativo, crie e desenvolva a confiança em si próprios são fundametais. Ai a comparação deixa de ser assustadora.
Um abração
Bea