16.11.09

Arquiteturas Pedagógicas



Achei muito interessante trabalhar com PA, por isso meu grupo resolveu trabalhar partindo das curiosidades dos alunos. O mais interessante é que um dos alunos sugeriu que as trocas fossem feitas através do orkut já que se utiliza muito como meio de comunicação. Adorei a ideia e já há algumas perguntas que irei postar a seguir.

Desde pequenas, as crianças observam o mundo e formulam perguntas acerca dele, com a intenção de entendê-lo. Pela experiência e pela interação com os objetos, fatos e pessoas, elas vão produzindo respostas que, certas ou erradas, não são construídas ao acaso. A experiência pode não ser profunda ou suficientemente extensa, apotencialidade dos seus pensamentos pode ser insuficiente para formular o que nós chamamos de uma teoria científica, mas o processo pelo qual as crianças observam o entorno, formulam perguntas, buscam respostas e desenvolvem seus entendimentos e explicações para o que observam é muito semelhante ao processo de investigação científica.
Considerando esta perspectiva, a escola deveria oferecer situações em que os alunos
fossem instigados a seguir fazendo perguntas e a buscar explicações para os problemas
que se colocam e desafiá-los a desenvolver processos de interação intensa intra e interescolas, nos quais as trocas de experiências e de idéias abrem novas possibilidades de questionar e de compreender o mundo, tanto no sentido da ampliação horizontal (por generalização e/ou por extensão pelos diversos campos de conhecimento) como no da ampliação vertical (aprofundamento em compreensão)COSTA, Iris Elisabeth Tempel;MAGDALENA,Beatriz Corso; Faculdade de Educação/PEAD - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)


ORKUT
Christian - 10 anos * Professora Rosane como se escreve zero em números romanos?
Vinícius - 11 anos * Professora Rosane Deus criou todos mas quem criou Deus?
Vitória Merino - 10 anos * Professora Rosane será que Deus existe ou ele e só um mito ?
José Carlos - 10 anos * Existe o buraco negro???Se existe o que faz conosco?



Os alunos que não tem acesso a internet irão postar no laboratório de informática na semana que vem.

9.11.09

Sou uma pessoa comum. E você?




Fui criado com princípios morais comuns.
Quando criança, ladrões tinham a aparência de ladrões e nossa única preocupação em relação à segurança era o flagrante do lanterninha dos cinemas!

Mães, pais, professores, avós, tios, vizinhos eram autoridades presumidas dignas de respeito e consideração.
Quanto mais próximo, e/ou mais velhos, mais afeto.
Inimaginável responder deseducadamente a policiais, mestres, idosos, autoridades.

Confiávamos nos adultos porque todos eram pais de todas as crianças da rua!
Tínhamos medo apenas do escuro, de sapos, de filmes de terror.

Hoje, sinto uma tristeza infinita por tudo que perdemos.
Por tudo o que meus filhos precisam temer.
Matar pais, avós, violentar crianças, sequestrar jovens, roubar, enganar, passar a perna, tudo virou banalidade no noticiário policial.
Não levar vantagem é ser otário!
Pagar dívidas em dia é bancar o bobo, anistia para os caloteiros de plantão.
Ladrões de terno e gravata, assassinos com cara de anjo, pedófilos de cabelos brancos.

O que aconteceu conosco?

Professores agredidos em salas de aula, comerciantes ameaçados por traficantes, grades em nossas portas e janelas.

Crianças morrendo de fome, gente com fome de morte.

Que valores são esses? Carros que valem mais que abraços, filhos pedem como brindes por passar de ano.

Mais vale vinténs do que um gosto?

Que lares são esses?

Bom dia, boa noite, até mais. Jovens ausentes, pais ausentes, droga presente e o presente uma droga.
Quando foi que fechei a janela do meu carro? Quando foi que me fechei?

Quero de volta a minha dignidade, a minha paz e o lugar onde o bem e o mal são contrários, onde o mocinho luta com o bandido e o único medo é de quem rouba e mata.
Quero de volta a lei e a ordem.
Quero liberdade com segurança. quero tirar as grades da minha janela.
Quero a honestidade como motivo de orgulho.
Quero a retidão de caráter. a cara limpa e o olho no olho.
Quero empregos decentes, salários condizentes, uma oportunidade a mais.

Uma casa para todos, comida na mesa, saúde a mil.
Quero livros, cachorros, sapatos e água limpa.
Eu quero voltar a ser feliz!

Quero xingar quem joga lixo na rua, quem fura a fila, quem ultrapassa a faixa,quem não usa cinto, quem não paga a conta, quem não dignifica meu voto e cobra mensalão.

Abaixo o "ter", viva o "ser" e o "sentir"!

E viva o retorno da verdadeira vida, simples como uma gota de chuva, limpa como um céu de abril, leve como a brisa da manhã!

www.velhosabio.com.br

2.11.09

O Garoto Selvagem


O Filme: “O garoto selvagem”, é um filme francês de 1970, do gênero drama, dirigido por François Truffaut e baseado em livro de Jean Itard, um médico francês que se torna responsável pela educação de uma criança selvagem que foi encontrada em 1798 em uma floresta francesa.
Estudando um pouco da história dos surdos, vemos o quanto houve evolução nesta área da educação, imagino o quanto deve ter sido difícil para o Dr. Jean Itard, assumir a educação de uma criança com sérios comprometimentos psicológios e sociais em uma época onde o preconceito era muito real e cruel.

Desde a Antiguidade, com a eliminação física ou o abandono, passando pela prática caritativa da Idade Média, o que era uma forma de exclusão, ou na Idade Moderna, em que o Humanismo, ao exaltar o valor do homem, tinha uma visão patológica da pessoa que apresentava deficiência, o que trazia como conseqüência sua separação e menosprezo da sociedade, podemos constatar que a maneira pela qual as diversas formações sociais lidaram com a pessoa que apresentava deficiência reflete a estrutura econômica, social e política do momento. Durante a maior parte da História da Humanidade, o deficiente foi vítima de segregação, pois a ênfase era na sua incapacidade, na anormalidade.(Miranda, 2003)

Embora se tenha suspeitas de que a família o tenha abandonado na floresta na intensão de matá-lo por alguma deficiência sua, o que era uma prática da época, o estudo deste menino deve ter sido significativo para esta área. Mas o principal responsável pela mudança comportamental desta criança foi o amor dedicado ao mesmo, pelo médico e sua auxiliar, Madame Guêrin que tiveram a coragem de ajudar esta criança por amor e a aprofundar o estudo nas diversas áreas do conhecimento humano.

Um outro fato interessante foi de Rochom P'ngieng, conhecida como "Mulher da Selva", que foi encontrada em 2007 após passar 18 anos perdida em uma floresta entre o Vietnã e o Camboja, foi hospitalizada porque se recusava a comer, afirmaram o pai dela e um médico nesta sexta-feira no Camboja. Contudo, após Rochom tentar fugir do local, o pai a levou de volta para casa.

A mulher desapareceu quando era uma menina em 1989 em Ratanakkiri, província a 600 km da capital Phnom Penh. Ela foi encontrada em 2007 nua e suja, após ser pega tentando roubar comida de uma fazenda.

Rochom não dizia palavras inteligíveis e fazia apenas "sons desconexos, como os animais". Sal Lou, que diz ser pai da mulher, afirma que Rochom foi internada em um hospital na segunda-feira. "Ela se recusou a comer arroz por cerca de um mês. Ela está magra agora. Ainda não consegue falar. Ela age totalmente como um macaco", disse.

Ele explicou que levou Rochom de volta para casa porque era difícil impedir que ela fugisse do hospital. Segundo Hing Phan Sokunthea, diretor do hospital de Ratanakkiri, a "Mulher da Selva" sofre de deficiência mental. "Gostaríamos de monitorar mais sua situação, mas não podemos porque o pai a retirou do hospital", disse o médico.


Percebe-se que neste caso o pai tenta impedir que os médicos ajudem a própria filha, será por proteção ou ainda exista nos tempos atuais um pai que tenha preconceito em relação ao fato da filha ter problemas mentais.

"Sabe-se muito bem que é dificílimo erradicar preconceitos dos corações cujos solos nunca foram revolvidos ou fertilizados pela educação: preconceitos crescem ali firmes como erva daninha entre pedras."
( Charlotte Bronte )

27.10.09

Perguntas...perguntas...perguntas...e assim o mundo evolui




Quando a gente pensa que sabe todas as respostas vem a vida e muda todas as perguntas!(Autor desconhecido)

24.10.09

Arquiteturas Pedagógicas




Estudando o texto do Seminário Integrador "Arquiteturas pedagógicas
para educação a distância", mais uma vez percebi o quanto este curso de formação a distância é um marco dentro da educação, tivemos no início deste curso um dos maiores desafios ao sermos pioneiros nesta modalidade de ensino na UFRGS, quanto orgulho de fazer parte deste grupo apesar do preconceito em relação ao curso a distância. Fomos lá e mostramos no 5º Salão de Educação a Distância o que está sendo a nossa formação. Mas também é preciso analizar que há motivos para este preconceito, afinal o ensino a distância também tem sua história e sua caminhada de conquistas importantes para chegar onde está hoje.
Tudo teve seu início na Europa, no início do século XX, os famosos cursos por correspondência onde os alunos recebiam material impresso o qual deveriam estudar e a seguir recebiam novos módulos de aprendizagem para dar continuidade ao seu estudo, mas na verdade prometiam algo que não poderiam cumprir, uma formação de qualidade, mas não se pode dizer que não foram importantes também como pioneiros e neste ponto sabemos que em tudo há um aprendizado e um crescimento.
Gostaria de tornar relevante o fato de que devido ao trabalho desenvolvido em relação ao EAD é preciso haver um suporte teórico como consta no texto citado:

As possibilidades abertas pelas redes digitais para o desenvolvimento
do trabalho participativo não podem prescindir de novas idéias sobre
como conceber e como viabilizar um novo modelo educacional, suportado
pela tecnologia (Costa, Fagundes et al., 1998)). No mesmo sentido,
Gómez (2001) entende que a incorporação das tecnologias nos desenhos
globais de teleformação não garante, por si só, a efetividade dos resultados,
devendo estar sustentada por uma teoria de aprendizagem que justifique
esse desenho e o delimite.
*

Hoje no século XXI avançamos muito no campo da informática e tecnologias que nos possibilitaram uma integração através da rede nunca antes vista. O aluno tem acesso a outras metodologias de aprendizado, fazendo uma relação muito importante do antigo ao novo, do tradicional ao moderno. Pode aprender de variadas maneiras estando onde estiver e no horário que puder, mas o importante é a interação entre o grupo de estudo. Quando há interação, não há isolamento e aí está a importância do Seminário Integrador que viabiliza os encontros virtuais e trocas tão significativos neste módulo e aprendizagem.

Nesta perspectiva, podemos pensar uma nova forma possível de
organização educativa que já não reúne seus estudantes e professores em
um mesmo prédio, com salas de aulas específicas para cada nível ou série,
com horários específicos para a realização das atividades de ensino-aprendizagem.
Uma escola ou um curso virtual de formação baseia-se no teletrabalho (Bianchetti, 2001), tendendo a substituir a presença física pela participação na rede eletrônica e pelo uso de recursos (programas e materiais) que favoreçam a construção conjunta (cooperativa). Na formação virtual (teleformação) ocorrem processos de coordenação que redistribuem constantemente distintas coordenadas espaço-temporais da comunidade
educacional e de cada um dos seus membros. A característica dessas novas coordenações, disponíveis em rede de múltiplos modos, é a capacidade de inclusão, abrangência e efeito sócio-educacional advindos de expressões culturais diversas (Castells, 2002).


Na frente de um computador podemos ter acesso as aulas de diversas formas, vídeo conferência, que é a reunião simultânea entre diversas pessoas localizadas em qualquer parte do mundo ao vivo ou não. Além disso, existem as salas de bate-papo que permitem a comunicação entre professor e aluno sobre qualquer assunto e materiais propostos em qualquer horário ou dia.
Quando iniciamos este curso pensamos...é barbada! Doce engano, estudamos muito mais que 4 hs diárias, parece que estamos sempre ligados e o que parecia um mistério se tornou paixão.

Porém essas novas possibilidades facilitam por um lado porque fazemos o nosso horário, mas de longe fica a chance de ser fácil porque existe um suporte teórico e pessoal muito importante que são os professores e tutores que estão nos formando com responsabilidade, o que fortalece e amplia as nossas possíbilidades de aprendizagem.

19.10.09

Cantinho da Leitura




Outro dia falei que tenho orgulho de dois espaços da minha sala de aula, mostrei o canto do teatrinho de fantoches e hoje vou falar um pouco do cantinho da leitura. Acredito que as imagens falam por si mesmas. Depois das atividades realizadas, meus alunos do 2º ano, vão para o cantinho da leitura onde há um espaço muito aconchegante para realizagem livremente sua leitura.
Hoje estava corrigindo alguns cadernos e comecei a olhar eles lendo e observei o quanto aquele cantinho e aquele momento era importante para eles. Olhei suas expressões e percebi a forma com que tomaram para si este espaço como se fosse um pedacinho da própria casa e é por estes momentos que vale a pena ser educadora, mesmo com todos os desafios financeiros e conflitos que enfrentamos dia-a-dia.


Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina. (Cora Coralina)

Apresentação - VIVARTE - FAT - 2009

13.10.09

NADA ACONTECE POR ACASO




O início do ano de 2009 foi marcado por grandes turbulências e desafios. Perdi uma convocação e desesperada pensei como iria sustentar meus filhos. Quase a beira do desespero financeiro, no final de março uma colega trocou de escola e a diretora me ofereceu uma convocação para assumir um segundo ano. Depois de 12 anos trabalhando com alunos de 4ª série tive receio, porém não medo do novo desafio e assim entrei de corpo e alma nesta nova e fascinante fase da minha vida profissional. Quando assumi a turma, tive que aprender com eles como alfabetizá-los. Eles me ensinaram a ser mais tolerante, mais organizada e muito mais feliz. Cada conquista deles era uma conquista minha também, estamos crescendo juntos neste caminho do faz de conta. Tenho dois espaços maravilhosos na minha sala que criei para vê-los soltar a imaginação, um é o do teatrinho de fantoches onde também há fantasias e outro é o cantinho da leitura. Como é lindo ver eles se vestirem de fadas, gnomos e bruxas vivenciando a história de uma maneira ímpar. O que era um receio virou uma paixão, quero ser a bruxa, a fada ou mesmo a contadora de histórias que fará a diferença na aprendizagem deste pequenos que me fazem tão feliz e que me ensinaram a ser uma profissional melhor.
E como educadora, gostaria de publicar neste espaço um trecho do texto "Tem um monstro no meio da história (GURGEL, 2009). Revista Nova Escola. Agosto 2009.

"Também o elemento da dramatização é incorporado pelos pequenos no contato com narrativas", diz Lélia Erbolato Melo, linguista da Universidade de São Paulo (USP). "Eles vão percebendo e incorporando os ingredientes que tornam as histórias interessantes, como a ação, os conflitos e o inesperado, e trazem isso para aquelas que contam." Além disso, o acesso a textos tem um papel importante no amadurecimento afetivo dos pequenos, garantindo que ampliem seu universo de experiências para além do que podem observar no seu cotidiano. "Ao ouvir histórias, a criança cria hipóteses sobre como se sentiria se estivesse frente aos mesmos dilemas e situações do personagem", diz Gilka. "Para os menores, é natural que essa vivência, tão forte, seja incorporada às narrativas que constroem na forma de casos."

E como estudante de pedagogia sei que o melhor caminho é construíndo, vencendo desafios, buscando o conhecimento e sendo aprendiz sabendo beber a sabedoria do mais inocente dos mestres...a criança.

5.10.09

VIVARTE - Esculturas



Lendo o texto sugerido da disciplina de Didática, planejamento e avaliação, me torno mais segura ainda de que faço a diferença na aprendizagem dos meus alunos, principalmente quando lendo o texto sobre John Dewey(1859 - 1952) um filósofo norte-americano que defendia a democracia e a liberdade de pensamento como instrumentos para a maturação emocional e intelectual das crianças nos mostra que na educação progressiva "O princípio é que os alunos aprendem melhor realizando tarefas associadas aos conteúdos ensinados. Atividades manuais e criativas ganharam destaque no currículo e as crianças passaram a ser estimuladas a experimentar e pensar por si mesmas. Nesse
contexto, a democracia ganha peso, por ser a ordem política que permite o maior desenvolvimento dos indivíduos, no papel de decidir em conjunto o destino do grupo a que pertencem".
)(26 ESCOLA - GRANDES PENSADORES). Trabalhando com escultura, percebi o crescimento dos meus alunos e o quanto tornaram-se críticos e cooperativos desde que começamos o processo de trocas na nossa turma no início deste ano letivo. Pesquisaram, questionaram e apresentaram esculturas feitas por eles de uma forma crítica muito especial.
Começamos indo ao Labin - Laboratório de Informática para que os alunos pesquisassem o que era "escultura" porque segundo Dewey "...as hipóteses teóricas só têm sentido no dia-a-dia" e lá viram as diversas faces das obras de artes livremente. Quando passamos a parte prática em que os alunos tinham em suas mãos argila para vivenciar a experiência de criar o que lhes desse vontade, foi maravilhoso poder ver no rosto deles o quanto estavam sentindo prazer em criar.
Uma aluna que entrou para a turma no mês passado me perguntou: "...o que deveriam criar, se estava perfeito ou então como eu queria que ela fizesse" Disse que deveria apenas deixar sua imaginação voar e que a arte não tem regra...é a expressão pessoal do artista. Ela me disse que não era uma artista e sim uma "simples aluna" demorou para conseguir perceber que eu estava dando um espaço que acredito ela nunca ter tido antes, enquanto que os outros alunos já acostumados a ter liberdade e autonomia para expressar seus sentimentos, afloraram numa explosão maravilhosa de sentimento em forma de arte.

"A meta da vida não é a perfeição, mas o
eterno processo de aperfeiçoamento,
amadurecimento, refinamento"
John Dewey

3.10.09

VIVARTE - FAT - 2009



Esta é uma época muito especial para mim, estamos nos preparando para mais um FAT - Fórum Aberto de Trabalho da minha escola. Este ano, tive uma certa dificuldade em escolher o tema que apresentar porque faço questão que seja um momento de mostrar as produções dos meus alunos, este momento é de apresentar trabalhos construídos por eles. Normalmente minhas aulas são muito vivênciais e como está no texto de Magdalena e Costa

"Desde pequenas, as crianças observam o mundo e formulam perguntas acerca dele, com a intenção de entendê-lo. Pela experiência e pela interação com os objetos, fatos e pessoas, elas vão produzindo respostas que, certas ou erradas, não são construídas ao acaso. A experiência pode não ser profunda ou suficientemente extensa, a potencialidade dos seus pensamentos pode ser insuficiente para formular o que nós chamamos de uma teoria científica, mas o processo pelo qual as crianças observam o entorno, formulam perguntas, buscam respostas e desenvolvem seus entendimentos e explicações para o que observam é muito semelhante ao processo de investigação científica." (Iris Elisabeth Tempel Costae Beatriz Corso Magdalena)


E foi pela observação e interação do grupo desde a disponibilização das classes que este trabalho se tornou tão especial. Trazendo ao conhecimento dos meus alunos a vida de Cândido Portinari, um pintor que iniciou sua carreira aos 9 anos e de classe desfavorecida, consegui fazer com que meus alunos se identificassem com o mesmo pelas diversas semelhanças em ambos os casos. Ao perceber que muitos alunos tinham desenvolvido interesse pela história da arte, resolvi ousar. Mostrei a eles, Pablo Picasso, Leonardo da Vinci e Di Cavalcanti. O mais interessante foram as intevenções que eles fizeram me questionando sobre vários aspectos sociais da vida destes pintores e buscando conhecer melhor os mesmo para poder esclarecer muitas dúvidas. Tratamos de brincadeiras e brinquedos antigos, linguagem, comportamento, inclusão, preconceito, escravidão, enfim poderia citar muitos assuntos interessantes que foram discutidos. Achei interessante também a sugestão de uma aluna de colocarmos o nome da mostra de VIVarte est nome sugerido pela Silvia (10 anos) mostra bem o que foi e está sendo esta experiência, segundo ela Viver + Arte. Mas é como Helvecio postou no fórum do EJA

"Motivar nossos educandos implica e primeiro nos motivarmos a nós memos. Esta é a nossa primeira conquista. Para tanto, é necessário que estejamos abertos ao novo e ao diferente. É preciso, ainda, entender que o conhecimento universal é uma forma de entendimeto da realidade e de formação da legítima cidadania. Entender o educando em seus limites e potencialidades é algo fundamental"

E este foi um ponto fundamental neste trabalho, estive motivada o tempo todo pelos alunos porque via crescente o interesse deles buscando cada vez mais se apropriar de um conhecimento que parecia tão distante da sua realidade " A Arte" que move o mundo, os sentimentos e a vida expressa da maneira mais sublime.

Na semana que vem trabalharemos com esculturas...e então publicarei mais alguns trabalhos destes artístas plásticos tão especiais na minha vida.

"Ninguém nasce feito, é experimentando-nos no mundo que nós nos fazemos"

Paulo Freire

28.9.09

Planeta Água - Libras



Conforme a professora Carolina de libras disse na aula presencial, no Youtube há muita coisa sobre a cultura surda e desde então estou fascinada procurando vídeos sobre o assunto. Entre eles achei este que tem a música "Planeta Água" interpretada pela Sandi e pelas alunas do 8º semestre das Faculdades Integradas Torricelli em língua de sinais.
Que universo maravilhoso que é a música que nos permite esta troca tão significativa e deste curso que nos abre um universo de possibilidades.
Vale a pena dar uma olhadinha!!!

23.9.09

Movimento pela Paz



Lendo o texto de Magdalena e Costa, resolvi postar um comentário sobre o seguinte trecho do mesmo:



"Desde pequenas, as crianças observam o mundo e formulam perguntas acerca dele, com
a intenção de entendê-lo. Pela experiência e pela interação com os objetos, fatos e
pessoas, elas vão produzindo respostas que, certas ou erradas, não são construídas ao
acaso. A experiência pode não ser profunda ou suficientemente extensa, a potencialidade dos seus pensamentos pode ser insuficiente para formular o que nós
chamamos de uma teoria científica, mas o processo pelo qual as crianças observam o
entorno, formulam perguntas, buscam respostas e desenvolvem seus entendimentos e
explicações para o que observam é muito semelhante ao processo de investigação
científica." (Iris Elisabeth Tempel Costae Beatriz Corso Magdalena)


Como é importante a experimentação e é neste sentido que torna-se importante a vivência onde a aprendizagem se torna significativa. O planejamento das aulas é fundamental para que possamos lançar mãos de recursos dos quais muitas vezes só nos lembramos durante a aula e em que muitos momentos não se pode utilizar mais por perder seu efeito. Trabalhando desde a semana passada com o movimento do Cataventos da Paz que culminou nesta segunda-feira, dia 21 de setembro e onde se une uma vez por ano no mundo inteiro escolas, fabricando cataventos para pedir a paz mundial, A minha escola participa anulamente deste evento e consegui provocar meus alunos com a música "A Paz" do grupo Roupa Nova de forma que houve não só no dia, como a semana inteira passada relatos de alunos que perceberam que a paz é importante em todos os momentos, inclusive influenciando na atitude deles no recreio. Isso só foi possível porque trouxeram suas experiências para o grupo e o que aprenderam se transformou em atitude.

20.9.09

Alfabetização e a pedagogia do empowerment político


Analizando o texto de Henry Giroux "Alfabetização e a pedagogia do empowerment político", estudei concepções extremamente importantes para a compreensão dos fundamentos político-pedagógicos da Educação de Jovens e Adultos.
Percebe-se a importância da fundamentação teórica ao nos apropriarmos de um texto contextualizando a alfabetização e o analfabetismo.
Como é importante perceber a valorização do meio social em que está inserido o indivíduo analfabeto que tem sido oprimido pelas classes sociais altas em sua onipotência política.
"O autor destaca a necessidade de politização da alfabetização como prática que se contrapõe à alfabetização usada como instrumento de opressão acionado pela classe dominante. Nesse sentido, o autor se aproxima de uma compreensão de alfabetização que está articulada ao empowerment (empoderamento) político, porque é ideologicamente concebida como construção histórica, política e social cuja finalidade está articulada à emancipação social e cultural dos sujeitos e dos grupos. Neste texto também são abordados conceitos de alfabetização funcional, analfabetismo, alfabetização crítica e currículo".
Neste texto, o autor nos mostra a abordagem da alfabetização desenvolvida por Freire e Macedo que nos leva a refletir sobre a nossa posição enquanto educadores que devemos criar o senso crítico em nossos educandos buscando a natureza humana, seus conhecimentos e suas vivênvias como instrumento de aprendizagem. Somos parte desta reconstrução social e política como agentes transformadores.

15.9.09

Concepção Ingênua



Todos os anos, nesta época, procuro levar meus alunos de 4ª série para vivenciar a experiência de viver momentos históricos já que é nesta série que eles estudam mais a fundo a história do RS no Parque da Harmonia. Afinal é o mês do Gaúcho e como é rica esta visita ao Parque.
Já estavamos estudando a história do RS desde o início do ano, por isso lá fica muito melhor mostrar esta histórias de várias formas, objetos de uso das estâncias, da vida no campo e a diversidade cultural que temos no nosso Estado. Tivemos um almoço típico gaúcho, inclusive com feijão tropeiro. Ao retornar as aulas, busquei fazer com que os alunos relatassem a experiência e trouxessem para o grupo seu aprendizado e suas dúvidas. Entramos então na questão da origem do feijão tropeiro e a cada palavra diferente de seus conhecimento, fazia com que os alunos me dissessem o que eles achavam que significava as palavras trazidas para o grupo. Foi muito interessante porque a associação que eles faziam a cada palavra era de suas vivências, de seus conhecimentos prévios. Vou utilizar apenas dois exemplos que achei muito interessantes: 1. Associaram tropeiro a tropeço, depois de muito explorar a questão chegamos aos tropeiros. Só que para chegar até os tropeiros, passamos pelas Missões Jesuíticas, o gado deixado solto pelos índios após a Guerra Guaranítica, a formação das Vacarias e finalmente falamos sobre a viagem dos tropeiros para levar o gado para comercializar na região sudeste. Neste momento, lancei a seguinte pergunta: - Como vocês acham que o gado ia para a região sudeste? Foi muito interessante que um lançava a idéia de que iam de caminhão, outro dizia que não, porque não existia o mesmo naquela época, afinal tinham visto carroças no parque, surgiu a idéia de navio, mas outro também achou que não era possível. Até que chegaram a conclusão que seria por terra acompanhados por peões. Neste momento um aluno lembrou que tinha visto no parque um reboque especial para carregar cavalos e disse que o peão colocava o cavalo neste reboque e colocava a "canga" nas costas e levava o mesmo a pé até o seu destino. Os alunos pararam e se olharam em dúvida, neste momento perguntei quem achava que era assim e eles ficaram na dúvida, fiquei impressionada com isso porque para mim com o que já vivenciei, me pareceu algo muito absurdo mas agora lendo o texto de Costa e Magdalena, disposto pelo Seminário Integrador percebo que "As teorias que as crianças formulam sobre o mundo, mesmo quando certas ou erradas, não se constroem ao acaso. Muitas vezes são idéias lógicas e racionais, baseadas na evidência e na experiência. A experiência pode não ser profunda ou suficientemente extensa, a potencialidade do pensamento delas pode ser insuficiente para formular o que nós chamamos de um teoria científica, mas o processo pelo qual as crianças formulam estas idéias é muito semelhante ao processo científico.
Estas idéias precoces que as crianças têm são chamadas de crenças; concepções ingênuas; concepções alternativas ou pré-conceitos, mas são, antes de tudo, concepções laboriosamente formuladas por elas e que devem ser consideradas quando chegam à escola."
E a concepção ingênua deste aluno se formulou à partir sua experiência que se construiu na sua visita ao Parque e para ele o seu raciocínio era lógico e racional.

12.9.09

Multiplas Linguagens


Refletindo sobre o o texto “A leitura, a escrita e a oralidade como artefatos culturais (DALLA ZEN; TRINDADE, 2002), e por experiência docente há 11 anos, posso afirmar que fala-se, escreve-se e lê-se de formas diferentes, existe todo um contexto cultural e social relevantes externos e internos que influenciam em tal diferencial lingüístico.
Falando sobres este contexto, é preciso entender que os discursos seguidos de suas práticas são formados de acordo com as competências específicas de cada época obedecendo as influências das constantes modificações causadas pelo tempo e seus acontecimentos históricos...acontecimentos estes que pôde ser comprovado hoje ao ler uma produção textual de um aluno meu de 4ª série(8 anos). Havia em uma parte do texto um diálogo entre um casal e observei que quando a esposa chamava o marido, não chamava ele pelo nome e sim por "marido" e este caso se repetiu várias vezes no decorrer do texto, este fato se deu por influência cultural e social, pelo momento vivido em relação a novela "Caminho das Índias". Por isso podemos afirmar que não se escreve e nem se lê da mesma forma, principalmente quando é feita uma leitura do mundo sob a ótica de uma criança.

9.9.09

EJA - Modalidade de Ensino da EJA



Sempre tive vontade de trabalhar com EJA, porém por muitas dificuldades, filhos pequenos e compromissos em casa, nunca trabalhei com tal modalidade de ensino por na maioria das vezes ser noturno. Porém este semestre me faz refletir novamente e me dá mais vontade ainda de trabalhar com Educação de Jovens e Adultos. Estava lendo o
Parecer CEB no 11/2000 e me vi envolvida com as aulas do EJA porque esta modalidade de ensino possibilita ao sujeito aprendente a desenvolver habilidades e competências adquiridas ao longo de sua vida, através da sua história de vida e da bagagem social e cultural de cada indivíduo, este fato me faz repensar porque já faço isso com meus alunos de séries iniciais e imagino o quanto pode ser rica a troca de vivências tendo como público alvo adultos que podem trazer suas vivências para dentro da sala de aula. O resultado é uma intensa troca, entre educador e educando, como diria Paulo freire: Não há conhecimento válido se não for compartilhado com o outro. Exige-se o diálogo. A validade do meu conhecimento é dado socialmente, quando compartilho e construo o conhecimento com os outros.
Um outro trecho importante do parecer é que "Os docentes deverão se preparar e se qualificar para a constituição de projetos pedagógicos que considerem modelos apropriados a essas características e expectativas"(Parecer CEB no 11/2000). É necessário um olhar diferenciado para este aluno jovem, adulto, pai, mãe e trabalhador(a).
Neste sentido acredito que seria um desafio maravilhoso para mim que busco sempre tornar minhas aulas interessantes e que possam criam no aluno um interesse maior na aprendizagem o que torna a mesma muito maior e muito mais significativa

8.9.09

Ian Amos Comênio



Realizando a atividade de Didática, Planejamento e Avaliação que nos propôs uma leitura interessante para conhecer um pouco das origens da “Didática” a partir de um pensador do século XVII, Ian Amos Comênio(1592-1670), considerado o “pai” da Didática, me deparei com a seguinte definição “O termo didática deriva da expressão grega Τεχνή διδακτική (techné didaktiké), que se traduz por arte ou técnica de ensinar..." e realmente ensinar é uma arte. Me aproprio desta definição porque vemos que somos artistas ao buscar as mais diferentes dinâmicas para criar um interesse especial em nossos alunos.
É impressionante ler no texto Didática Magna - Tratado da Arte Universal de Ensinar Tudo a Todos -COMÉNIO,escrita no século XVII (ed. Lisboa, 1996. 525 p.)que "A proa e a popa da nossa Didáctica será investigar e descobrir o método segundo o qual os professores ensinem menos e os estudantes aprendam mais; nas escolas, haja menos barulho, menos enfado, menos trabalho inútil, e, ao contrário,haja mais recolhimento, mais atractivo e mais sólido progresso; na Cristandade, haja menos trevas, menos confusão, menos dissídios, e mais luz, mais ordem, mais paz e mais tranqüilidade." tudo que nós, educadores dos dias atuais buscamos para formar cidadãos corretos em prol de uma sociedade mais humana.
Vemos o quanto a preocupação com uma educação mais atrativa e dinâmica que crie interesse nos alunos e que os façam realmente aprender e não apenas decorar vem de de tão distante data.

29.8.09

Sistema de Medidas



Estava realizando a atividade 2 de Didática, Planejamento e Avaliação onde deveria relatar como desenvolvo com meus alunos atividades de modo que possibilite que estes cresçam com autonomia e desenvolvam sua criatividade. Resolvi então mostrar uma parte do meu trabalho neste slide onde trabalhei "Sistema de Medidas" partindo de uma atividade de matemática que nos foi ensinada em semestre anterior.
Os alunos assim como nós, tinham medidas feitas à partir de tiras de papel das quais deveriam fazer uso para medir o que escolhessem no pátio da escola. Após a exploração, discutimos no grande grupo o que descobriram e quais os critérios que utilizaram para medir objetos maiores ou menores do que a medida que tinham. Expliquei então como é o sistema de medidas padrão e eles então retornaram ao pátio para medir novamente os mesmos objetos que haviam medido com a medida de papel. Após esta outra exploração, começamos a medir as lajotas do pátio para pintar jogos de amarelinha, sapata, caracol, quatro canto no chão, tudo utilizando o sistema de medidas e trenas para tanto. O resultado foi maravilhoso, tornando a aprendizagem relamente significativa, possibilitar que estes cresçam com autonomia e desenvolvam sua criatividade.
Fazendo referência a Rodrigues(2001) "

Os pressupostos teóricos estabelecem as diretrizes do trabalho, definido procedimentos e estratégias metodológicas. Em outras palavras, planejar é a constante busca de aliar o "para quê" ao "como", através da qual a observação criteriosa e investigativa torna-se, também, elemento indissociável do processo. Os "pressupostos" expressam a fundamentação teórica; são os alicerces, as referências para a prática, representando as metas e, até, os ideais. Por sua vez, os "princípios" são necessários para garantir a aproximação da prática aos ideais e vice-versa. Tornam-se uma forma de promover a reflexão sobre a ação, sinalizam a aproximação ou não aos ideais. Um bom exercício é pensarmos quais são as nossas concepções, elegendo alguns eixos como "sociedade, homem, conhecimento, educação, aprendizagem, currículo e cultura".(RODRIGUES, 2001).

VII Semestre



Fim de férias e finalmente inicia o 7º Semestre e estamos muito perto da tão sonhada graduação. Rever os colegas, professores e tutores é sempre uma grande felicidade, mas o que torna mais interessante é a forma como se iniciam nossas aulas. Sempre nos levando a buscar o conhecimento e aguçando nossa curiosidade. Espero conseguir tornar minhas aulas tão interessantes quanto as que temos neste curso que nos mostra o quanto é importante a formação na nossa caminhada como educadores.

14.6.09

Barulho na Escola



Realizando as pesquisas para o nosso PA, percebi como educadora, que o barulho na escola é um dos fatores que causam distração, irritação e muitas vezes são causadores também de repetências. Os alunos parecem cada vez mais agitados e gritando. Por vezes percebemos até mesmo agressões porque parecem estar sempre gritando e muitas vezes para nos fazer ouvir é necessário abafar suas gritarias com métodos alternativos como apagar a luz até que o grupo entenda qual o objetivo da atitude de nossa atitude.
As pesquisas realizadas indicam que o Barulho no ambiente escolar pode desencadear um processo de sintomas que algumas vezes podem levar o educador (a) a licenciar-se. Conforme Barros et al. (2008): “Em função do barulho excessivo, muitas atividades de sala de aula são prejudicadas. Grande parte dos professores prefere realizar suas tarefas fora de sala de aula. Algumas professoras relataram que, para conseguirem ensinar sem prejudicar sua voz, dividem a sala em grupos e se sentam com cada pequeno grupo de alunos para lhes explicar a matéria a ser realizada”.
Em São Paulo, existem pesquisas comprovam que os Ruídos em escolas podem afetar saúde e especialistas aconselham que "Mudar o comportamento pode contribuir para diminuir os sintomas físicos e psicológicos"
A poluição sonora gera diversos efeitos indesejáveis como perda de audição e aumento da pressão arterial (efeitos fisiológicos), incômodos (efeitos psicológicos), stress, tensão, queda do desempenho, interferência com a comunicação oral, irritação e influência na tomada de decisões, por isso, o ruído é um mal invisível que deve ser constantemente combatido.

9.6.09

Kant -




O homem é a única criatura que precisa ser educada. Por
educação entende-se o cuidado de sua infância (a conservação,
o trato), a disciplina e a instrução com a formação.
Conseqüentemente, o homem é infante, educando e discípulo.

KANT, Immanuel (1724-1804)

Lendo o texto de Kant para realizar a atividade de Filosofia, percebo que o autor ao relatar que "O homem não pode se tornar um verdadeiro homem senão pela educação. Ele é aquilo que a educação dele faz." vejo uma relação direta com o texto de Adorno "EDUCAÇÃO APÓS AUSCHWITZ" porque quem criou aqueles nazistas, quem deu a formação necessária para que executassem tal barbárie?
E a nós, educadores qual a nossa parte para evitar que novas barbáriers aconteçam?
Como diz Kant "Note-se que ele só pode receber tal educação de outros homens, os
quais a receberam igualmente de outros. Portanto, a falta de disciplina e de instrução em certos homens os torna mestres muito ruins de seus educandos. Se um ser de natureza superior tomasse cuidado da nossa educação, ver-se-ia, então, o que
poderíamos nos tornar. Mas, assim como, por um lado, a educação ensina alguma coisa aos homens e, por outro lado, não faz mais que desenvolver nele certas qualidades, não se pode saber até aonde nos levariam as nossas disposições naturais. Se pelo menos fosse feita uma experiência com a ajuda dos grandes e reunindo as forças de muitos, isso solucionaria a questão de se saber até aonde o homem pode chegar por esse caminho. Uma coisa, porém, tão digna de observação para uma mente especulativa quanto triste para o amigo da humanidade é ver que a maior parte dos grandes não cuida senão de si mesma e não toma parte nas interessantes experiências sobre a educação, para fazer avançar algum passo em direção à perfeição da natureza humana.


É preciso acordar e perceber que somos formadores de opinião e que hoje, o nosso maior desafio é formar homens que tenham o sentido de cidadania consciente de seus atos.

2.6.09

Estudo de caso


Estava realizando a atividade de EPNE do meu Estudo de Caso quando percebi que quando decidi enfrentar o desafio de alfabetizar a Carla, recebi a oportunidade de ser uma profissional melhor e que ela me oportunizou a chance de aprofundar melhor nos meus estudos.

." ...é correto incluir a deficiência mental, na seção das necessidades educativas especiais de caráter permanente, ainda que o desafio do educador consista justamente em tratar de mudar para melhor o grau de capacidade deficiente do educando..."(Alfredo Fierro)

As vezes percebemos o quanto somos abençoados por Deus ao sermos desafiados no nosso destino e mesmo sem saber o motivo pelo qual algumas pessoas especiais cruzam o nosso caminho porque sua contribuição não se resume apenas na construção de um conhecimento científico, mas em mudanças relacionadas à minha visão de mundo e à minha maneira de conceber o processo ensino-aprendizagem:nos fazem pessoas melhores.
Ao trabalhar com uma realidade totalmente diferente de qualquer outra que enfrentei até hoje, percebi que o que mais prejudica a humanidade é o preconceito e basta apenas o gesto de dizer sim que nos faz diferentes.
Quando falamos de preconceito, lembramos dos preconceitos raciais que a humanidade vem sofrendo ao longo da história, mas o pior preconceito acho que é o social porque a pessoa que sofre preconceito racial tem a oportunidade de brigar e lutar pelos seus direitos, enquanto que quem sofre o preconceito social com DM fica impossibilitado desta luta e depende de terceiros para lutarem pela sua causa.

Há alguns anos, nas olímpiadas especiais de Seattle, nove participantes, todos com deficiência mental, alinharam-se para a largada da corrida de 100 metros rasos. Ao sinal, todos partiram, não exatamente em disparada, mas com vontade de dar o melhor de si, terminar a corrida e ganhar.
Um dos garotos tropeçou no asfalto, caiu e começou a chorar. Os outros ouviram o choro, diminuíram o passo e olharam para trás.
Então viraram e voltaram. Todos eles.
Uma das meninas com Síndrome de Down ajoelhou, deu um beijo no garoto e disse: - Pronto, agora vai sarar! E todos os nove competidores deram os braços e andaram juntos até a linha de chegada. O estádio inteiro levantou e os aplausos duraram muitos minhutos...
Talvez os atletas fossem deficientes mentais....
Mas com certeza, não eram deficientes espirituais...
"Isso porque, lá no fundo, todos nós sabemos que o que importa nesta vida, mais do que ganhar sozinho é ajudar os outros a vencer, mesmo que isso signifique diminuir os nossos passos..."

(desconhecido)

1.6.09

5º Salão de Educação a Distância



Quando encaramos o tempo com serenidade e conservamos acesa a curiosidade, continuamos aprendendo, consolidando sabedoria, ampliando a visão, relativisando conceitos. Na grande viagem da vida, quando alguns caminhos se fecham, outros se abrem

(GOLDIN; MALDONADO, 1995, p. 8).




Esta citação acima, abre o projeto que apresentamos no dia 28/05 no 5º Salão de Educação a Distância ,a colega Rosária Moraes e Marion Castro e eu. Trata-se de um relato do qual a colega Rosana Porto não pode participar mas que também foi participante ativa da construção do mesmo.
Este Projeto Temático fala sobre a Tecnologia na Vida Adultanosso relato foi emocionante porque além de autoras do projeto, pudemos relatar as nossas próprias experiências como parte integrante de um grupo que desafiou o tempo e foi obrigado a conhecer este mundo da tecnologia para poder estar hoje no 6º semestre de Graduação em Pedagogia de uma Universidade como a UFRGS e representando significativamente o quanto o grupo de Polo de Alvorada e também de outros polos busca fazer o melhor.
Mas este trabalho só pode ser mostrado porque temos ao nosso lado professores e tutores competentes e colegas maravilhosos que só nos fazem bem e que nos auxiliam na busca desta tão sonhada graduação.

26.5.09

As diversas formas da Arte

Sempre em minhas aulas procuro fazer com que os alunos busquem mostrar a sua aprendizagem em forma de arte, então resolvi desafiá-los pedindo que criassem em grupo uma história e a representassem com liberdade de escolha de qualquer forma (teatro, poesia, maquetes...) o resultado foi maravilhoso.
meu objetivo com esta atividade era desenvolver a escrita para trabalhar as partes principais da produção textual onde perceberiam a importância de um texto ter começo, meio e fim.
Por uma semana, disponibilizei meia hora por dia por uma semana para se reunirem em seus grupos, montados por afinidade, para organizarem sua apresentações.
Havia no grupo um líder, escolhido por eles que deveria organizar a responsabilidade de cada um dentro do grupo.
Hoje, após refletir sobre a atividade, vejo que além do registro posterior de como a atividade se desenvolveu, poderia te pedido que montassem uma Diário de Bordo como estamos fazendo para registrar nossa participação no PA.
Mas mesmo assim, fico orgulhosa em saber que proporcionei a eles uma emoção e um aprendizado que faz a diferença.

"Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados em salas sem ar, com exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem."
( Carlos Drummond de Andrade )

24.5.09

Descobrindo a Arte das Cores




Esta semana vi meus alunos do 2º ano da manhã, olhando muito interessados o painel de Arte feito com trabalhos da 4ª série da tarde sobre as cores primárias e secundárias.
Resolvi então mudar meu planejamento e explorar o ponto de interesse dos meus alunos do segundo ano, pedindo que olhassem bem o painel e que fizessem uma releitura do que viram em forma de reprodução individual.


A releitura é muito importante porque mostra através de sua individualidade a interpretação em forma de arte.
Segundo Piaget:

Quanto mais se constróem estruturas de assimilação mais se abrem possibilidades para aprender. Por outro lado, quanto mais se aprende, mais se constroem estruturas de assimilação, o que garante condições para novas assimilações. Nesse processo, percebe-se a síntese continuada entre as condições estruturais do sujeito (continuidade) e as condições do meio, físico ou social (novidade): “A assimilação funciona como um desafio sobre a acomodação a qual faz originar novas formas de organização” (BECKER, 2001, p. 20-1).

Vi alunos que nunca se interessavam em pintar e até não gostavam muito de atividades assim tendo interesse em mostrar a sua arte. O resultado foi magnífico.

" O professor não ensina, mas arranja modos de a própria criança
descobrir. Cria situações-problemas".

( Jean Piaget )


18.5.09

Tempo de Cores

Dando continuidade no trabalho de QUESTÕES ÉTNICO-RACIAIS NA EDUCAÇÃO: SOCIOLOGIA E HISTÓRIA, trabalhei com a mistura das cores primárias, obtendo as secundárias para que os alunos tenham a noção exata do resultados que dá a mistura das cores e associei esta dinâmica na prática para poder entender como se dá a mistura dos povos e assim, poder entender melhor como se deu a miscigenação das várias etnias no mundo e principalmente aqui no RS.
Dificilmente exista uma nação com tão complexa e variada composição étnica de sua população como no caso do Brasil.
Trabalhamos em um primeiro momento com a ancestralidade de todos nós e agora estamos trabalhando com as mistura dos povos onde se torna fundamental entender que somos resultado de uma mistura muito forte e que trazemos geneticamente característica muito importantes e hábitos que nos foram legados de nossos ancestrais e suas convivências desde o começo da humanidade nos permitindo partilhar as mais variadas misturas sociais que nos enriquece como um povo forte e que cultua sua ancestralidade.
Segundo a Profª Marilene Leal Paré

"Pensamos ser de fundamental importância um olhar na multiculturalidade existente em nossas salas de aula e especialmente no ethos da tradição africana ainda muito presente, que deve ser explicitado, principalmente através das nove (09) dimensões da expressão afrocultural".

1. ESPIRITUALIDADE – que mostra um conhecimento de uma força de vida não-material a qual permeia todas as atividades humanas.
2. HARMONIA – ser fundamentalmente ligado aos eventos da natureza e aos elementos do universo.
3. MOVIMENTO – característica dada numa trama de movimentos, dança, percussão e ritmo observados na batida musical.
4. ENTUSIASMO – receptividade especial a níveis relativamente altos de estímulos.
5. AFETO – importância da informação afetiva e da expressão emocional ligadas à co-importância dos sentimentos e pensamentos.
6. INDIVIDUALISMO EXPRESSIVO – brilho singular da expressão pessoal, do estilo da sinceridade da auto-expressão.
7. COLETIVISMO (TRABALHO COOPERATIVO) – comprometimento com a interdependência fundamental das pessoas, com os vínculos sociais e com os relacionamentos.
8. ORALIDADE – a importância dos modelos oral / aural da comunicação para transmitir um significado verdadeiro e cultivar a ação da fala.
9. PERSPECTIVA DO TEMPO SOCIAL – demonstra um comprometimento do tempo como uma construção social tal que há a orientação de um evento em torno do tempo.



Este foi mais um trabalho maravilhoso que só tenho aprendido e feito minhas descobertas juntamente com meus alunos e que me torna uma pessoa cada vez melhor.

17.5.09

Inclusão Social


Participando do Fórum 1: Educação Especial: histórias e políticas, vejo que não estamos preparados para receber alunos com necessidades especiais, porém, como relata o texto "HISTÓRIA, DEFICIÊNCIA E EDUCAÇÃO ESPECIAL de Arlete Aparecida Bertoldo Miranda, onde a lei garante a obrigação do país em prover a educação, é publicada, em dezembro de 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9.394/96, cita a extensão da oferta da educação especial na faixa etária de zero a seis anos; a idéia de melhoria da qualidade dos serviços educacionais para os alunos e a necessidade de o professor estar preparado e com recursos adequados de forma a compreender e atender à diversidade dos alunos.
O problema, é garantir que essas conquistas, expressas nas leis, realmente possam ser efetivadas na prática do cotidiano escolar, pois o governo não tem conseguido garantir a democratização do ensino, permitindo o acesso, a permanência e o sucesso de todos os alunos do ensino especial na escola.
Nos falta preparo, especialização, apoio físico e pedagógico a assim caímos na infeliz realidade de que em vez de ajudar os alunos, os prejudicamos por não poder atender suas necessidades, muitas vezes prejudicando seu crescimento e aprendizado.
Não é a lei que irá garantir a inclusão do aluno com necessidades especiais na escola e sim, atitudes e recursos que nos permitam trabalhar com essas necessidades, não nos adianta ter "boa vontade", na prática é preciso ter condições para realizar o trabalho trabalho de forma que sua aprendizagem seja realmente significativa.

30.4.09

Projeto de Aprendizagem


Estamos trabalhando no PA deste semestre e está sendo muito gratificante trabalhar com as colegas CARLA FINATO, MARION, ROSÁRIA MORAES e SELVA. Ao desenvolver o PA sobre Barulhos, vejo o quanto amadurecemos em relação a trabalhar em grupo, aprendemos a respeitar as opiniões e a colaborar de uma forma para que o grupo cresça e aprenda cada vez mais. Se uma colega está em falta, outra vai lá e avisa, prontamente a colega faz a sua parte sem se sentir "mandada" e sim "lembrada" porque temos hoje a consciência da coletividade.
Estamos utilizando o Diário de Bordo novamente neste PA e está sendo um maravilhoso instrumento de comunicação e registro, isso só é possível após a nossa caminhada e crescimento como estudantes deste curso que tão bem nos tem conduzido no caminho da nossa tão sonhada graduação pelas professoras e tutoras.